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quarta-feira, 25 de junho de 2014

Kelvin recorda golo ao Benfica e disse ter ficado «muito triste» com Paulo Fonseca



O extremo do FC Porto, fortemente associado pelos adeptos ao golo que valeu a inversão da classificação no final da época 2012/2013, analisou a sua época e deixou críticas ao técnico que agora regressou ao Paços de Ferreira, clarificando também a sua posição: ou joga, ou quer rumar a outras paragens.

«Eu quero ficar no FC Porto, quero jogar no FC Porto. Se for como na época passada, não será muito interessante para mim. Nem para mim, nem para o clube. Seria mais um jogador ali encostado, como aconteceu na última época. Não será produtivo para ninguém. Se não for para jogar, acho que o melhor é ser emprestado, mas isso é o treinador quem vai decidir. Mudou tudo no FC Porto, mudou o treinador, mudaram outras coisas dentro do clube, e eu vou continuar com o meu trabalho sério. Sempre apresentei o meu futebol e sempre procurei ajudar a equipa. O treinador irá decidir, e eu estou preparado para o que der e vier», assegurou, numa entrevista ao jornal Record.

Decidido a ficar no clube e a provar a Lopetegui que tem qualidade para singrar, o brasileiro foi questionado sobre o famoso golo ao Benfica, nos descontos da partida da 29ª jornada da época passada e não escondeu a grande dose de simbolismo que tal acarreta.



«Claro, continuo a vê-lo todos os dias, é algo que me dá muita motivação, porque mostra o que posso fazer, a capacidade que tenho e até onde posso chegar. Esse golo dá-me mais força, não posso deixar de o ver. Todos os meus amigos e familiares, mesmo as pessoas que não conheço, falam-me sempre desse golo. Mesmo aqui, de férias no Brasil, eu saio à rua e as pessoas com quem me encontro falam-me do golo. É algo que pertence ao passado, mas as pessoas ainda falam dele. Isso mexe comigo de forma positiva, faz-me ganhar forças para continuar», explicou.

Quando muitos achavam que, depois de tal momento, Kelvin chegaria à afirmação total na época seguinte, tal não aconteceu. O jogador garantiu não ter ficado deslumbrado e confessou ter ficado magoado com Paulo Fonseca.

«Fiquei mesmo muito triste, porque a minha situação não foi das melhores. Também pelo golo que tinha marcado ao Benfica, eu apresentei-me mais confiante, comecei a jogar na pré-época e sentia que esse ia ser o meu ano. Tanto eu como o Iturbe estávamos a jogar, escreviam nos jornais que nós os dois estávamos muito bem, que havia entrosamento entre nós, que estávamos a ganhar pontos, que jogávamos bem. O Paulo Fonseca também me dizia que estava a gostar, que eu estava a evoluir, e isso deu-me confiança, só que a partir de um certo momento não sei o que aconteceu», avaliou.

E prosseguiu: «No início da época, o treinador avisou-me que não ia levar-me a jogo, porque tinha de levar outros jogadores. Disse-me que era opção dele, que esse jogo não era para mim e que tinha os motivos dele. Eu aceitei o reparo, ele pediu para eu jogar pela equipa B e eu também aceitei. Fui jogar nos B, esperei a minha oportunidade, continuei a trabalhar bem. Era isso que ele me dizia e os outros treinadores também, diziam-me que eu estava a fazer tudo certo. Diziam-me que eu devia continuar a treinar-me bem, que a minha oportunidade ia chegar. Foi o que fiz, fiz sempre a minha parte. Nunca deixei nada subir-me à cabeça, nunca abrandei nos trabalhos por ele não me convocar», frisou, antes de terminar com mais palavras para o técnico.

«Houve até um momento em que eu fui à sala dele e perguntei-lhe o que estava a acontecer. Se eu me treinava bem e a equipa já não jogava tão bem quanto no início da época, por que não me dava uma oportunidade? Os jornalistas chegaram a perguntar-lhe, numa conferência, os motivos pelos quais eu e o Quintero não jogávamos e ele respondeu que só ele é que via os treinos e o que acontecia lá. Quando ouvi isso, fui perguntar-lhe por que me dizia a mim uma coisa e outra aos jornalistas. Da forma como ele falou, parecia que nós não nos treinávamos bem, e eu sempre me treinei bem, sempre dei o meu máximo».

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