Os talentos que La Masia catalã dá ao campeonato português
Se pensa que no FC Barcelona apenas se formam Messi's, Iniesta's ou Xavi's, fique a saber que Iván Balliu é defesa direito e nunca quis ser uma espécie de "zero à direita" no mundo da bola. Nascido a 1 de janeiro de 1992, Balliu fez-se jogador na lendária fábrica de talentos do Barça, La Masia. Dos tempos vividos ao lado do agora leão Uri Rossel e do dragão Cristian Tello, Balliu guarda memórias. O jogador do Arouca esteve à conversa com o zerozero.pt e abordou esta recente ponte entre La Liga e o campeonato português.
«Tello vai ser o melhor do campeonato»
De fácil trato e com resposta a todas as perguntas, Balliu explicou ao nosso jornal o que tem levado tantos jogadores a trocar emblemas da Liga espanhola pela Liga portuguesa, sobretudo alguns formados no Barcelona.
«São campeonatos parecidos. Na Liga espanhola as equipas tentam jogar mais com bola mas aqui também procuram circular muito a bola. A aposta dos clubes portugueses é uma boa opção. A Liga portuguesa é uma boa Liga, interessante para jogadores de Espanha, onde é difícil somar minutos. É bom vir cá, crescer e sonhar num regresso ou até mesmo ficar durante muitos anos», começou por dizer Iván Balliu ao nosso jornal.
Diz a sabedoria popular que um homem pode mudar tudo menos no amor ao clube. O futebol virou uma indústria e hoje, sem qualquer dúvida, as recordações do futebol de rua/infância fica mais vincada. Em alguns casos é até uma memória única. Balliu, hoje com 22 anos, nasceu em Girona mas o seu talento cedo foi captado pelos olheiros do Barcelona que não hesitaram em chamá-lo para La Masia.
Na fábrica de talentos do Barça, Balliu partilhou balnenário com Cristian Tello, Oriol Rosell, Jonathan dos Santos e Isaac Cuenca, entre outros. Convidado a recordar esses tempos, Balliu faz uma pausa de alguns segundos, mas depois solta o que lhe ficou na alma.
«São tempos que deixam saudades aqueles que passei em La Masia. Aquilo é uma família. É certo que era duro estar longe da nossa família mas também se criam laços fortes de amizade. Podem acreditar que somos mesmo uma família», lembrou Balliu dos tempos que passou na escola de formação culé.
Rossel «é muito inteligente»
«Uri [Rosell] é um jogador muito trabalhador e que joga muito bem com a bola. Vocês vão perceber isso. Ele é um jogador que está sempre muito atento táticamente e nunca deixa a equipa em perigo. Tem grande atitude em campo e pratica um futebol muito inteligente», sublinhou.
Se Rosell começa a sua afirmação em Alvalade, cerca de 300 quilómetros mais a norte, no Porto, é Cristian Tello que deixa os adeptos do FC Porto com "água na boca".
«Para mim, vai ser o melhor jogador da próxima época. É rápido, define bem, tem um excelente remate», destacou Iván Balliu, que foi capitão da equipa de juvenis do Barcelona que conquistou La Liga Juvenil, a Supercopa da Espanha Juvenil e a Copa de Campeones Juvenil, em 2010/2011.
Na entrevista ao zerozero.pt, Balliu avisou ainda os adeptos do FC Porto sobre o que podem esperar do seu novo técnico.
Julen Lopetegui é um técnico que «gosta de ter a bola e praticar um bom futebol».
O exemplo de Abidal
O futebol é como um casamento que nem sempre dura a vida toda. Na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, os jogadores aguentam tudo. Das goleadas sofridas aos golos magistrais que se marcam, da agonia de uma lesão a uma doença que pode interromper os sonhos mais sonhados. Éric Abidal é um desses casos e um exemplo para Iván Balliu, que privou de perto com o francês em Camp Nou.
«Abidal era um companheiro verdadeiro. Uma vez fui à equipa A e sentei-me no banco ao lado dele. Sempre me tratou bem, deu-me indicações. Não é fácil falar do Éric [Abidal]... é das melhores pessoas que vi num balneário e no futebol», recorda com saudade Balliu que depois do seu tempo em Barcelona procura um "lugar ao sol" em Arouca.
«Chegar à primeira equipa do Barça é muito difícil, há poucos que conseguem. Terminei a minha ligação ao clube e procurei novas metas. Apareceu o Arouca que me tem ajudado a ser um jogador melhor. Fui muito bem recebido em Arouca quer pelas pessoas do clube e por esta terra», destaca, não escondendo ter o sonho de voltar a entrar no emblemático Camp Nou.
«Claro que gostaria de jogar no Barcelona mas sei que é difícil. Um dia quero dar o salto para uma equipa maior. Chegar ao Barça era lindo», salienta o jogador que também segue uma carreira de empresário no mundo da moda.
Balliu tem uma empresa de roupa e tenta passar os seus valores através da linha de vestuário.
No final da conversa com o zerozero.pt fica uma certeza: Balliu é craque.
Sem comentários:
Enviar um comentário